domingo, 7 de agosto de 2011

PENSAMENTOS PARA A JORNADA por George Matheson

"Alma minha, não rejeites o lugar da tua prostração! Ele sempre foi o quarto de vestir leva à realeza. Pergunta aos grandes do passado qual foi a origem de sua prosperidade, e eles dirão: "Foi o chão frio onde me deitei".

  • Pergunta a Abraão, e ele apontará para o sacrifício no monte Moriá.
  • Pergunta a José, e ele te levará ao seu calabouço.
  • Pergunta a Moisés, e ele dirá que sua fortuna remonta ao perigo que passou no Nilo.
  • Pergunta a Rute, e ela te pedirá para construir seu monumento no campo da sua labuta.
  • Pergunte a Davi, e ele te dirá que seus cânticos vieram da noite.
  • Pergunta a Jó, e ele te lembrará que Deus lhe respondeu no meio do redemoinho.
  • Pergunta a Pedro, e ele enaltecerá o dia em que afundou nas águas.
  • Pergunta a João, e ele te mostrará Patmos.
  • Pergunta a Paulo, e ele atribuirá sua inspiração à luz que o deixou cego.
  • Pergunta a apenas mais um: o Filho do homem. Pergunte-lhe donde vem sua autoridade sobre o mundo. Ele responderá: "Do chão frio onde me deitei - o chão do Getsêmani; ali recebi meu cetro".

Tu também, alma minha, serás adornada pelo Getsêmani. O cálice que tu, satisfeita, farás passar de ti será tua grinalda no doce porvir. A hora da tua solidão te coroará. O dia da tua opressão te regalará. É teu deserto que irromperá com cântico; são as árvores da tua floresta silenciosa que baterão palmas".

George Matheson, citado no Livro O DESPERTAR DA GRAÇA de Charles Swindoll

sábado, 2 de julho de 2011

A GRAÇA DE DEUS (um estudo bíblico) por Ed René Kivitz

“Então Paulo ficou de pé diante deles, na reunião da Câmara Municipal, e disse: — Atenienses! Vejo que em todas as coisas vocês são muito religiosos. De fato, quando eu estava andando pela cidade e olhava os lugares onde vocês adoram os seus deuses, encontrei um altar em que está escrito: “AO DEUS DESCONHECIDO”. Pois esse Deus que vocês adoram sem conhecer é justamente aquele que eu estou anunciando a vocês.
— Deus, que fez o mundo e tudo o que nele existe, é o Senhor do céu e da terra e não mora em templos feitos por seres humanos. E também não precisa que façam nada por ele, pois é ele mesmo quem dá a todos vida, respiração e tudo mais... Ele fez isso para que todos pudessem procurá-lo e talvez encontrá-lo, embora ele não esteja longe de cada um de nós. Porque, como alguém disse: “Nele vivemos, nos movemos e existimos.” E alguns dos poetas de vocês disseram: “Nós também somos filhos dele.”
E, já que somos filhos dele, não devemos pensar que Deus é parecido com um ídolo de ouro, de prata ou de pedra, feito pela arte e habilidade das pessoas. No passado Deus não levou em conta essa ignorância. Mas agora ele manda que todas as pessoas, em todos os lugares, se arrependam dos seus pecados. Pois ele marcou o dia em que vai julgar o mundo com justiça, por meio de um homem que escolheu. E deu prova disso a todos quando ressuscitou esse homem”.

Atos 17.22-31
De acordo com C. S. Lewis, a graça de Deus é um conceito peculiar do Cristianismo. Nenhuma outra tradição religiosa tem qualquer equivalente à idéia de um Deus gracioso. A compreensão da graça de Deus é, portanto, vital para a experiência e vivência da espiritualidade cristã.

O que é a graça de Deus?
1.1. A graça de Deus é a boa vontade de Deus, a pré-disposição positiva de Deus, o desejo de abençoar, a intenção constante de fazer o bem e agir com bondade em relação ao universo criado e a humanidade. [Êxodo 33.19; Salmo 100.5; 2Crônicas 16.9; Jeremias 29:11; 33:3; Hebreus 4:16]

1.2. A graça de Deus é a interpelação, o apelo, o chamamento, o convite, a insistente convocação de Deus para que a humanidade se renda à sua bondade. [Hebreus 1.1,2; 3.7; 3.15; 4.7; Atos 14.16,17; 26.14]

1.3. A graça de Deus é o fluxo constante de amor e vida que sustenta o universo e a humanidade. [Isaías 18.4; Atos 17.28; Romanos 11.33-36; Hebreus 1.3]

1.4. A graça de Deus é a força ativa, o poder abençoador, o impulso, o empurrão que Deus imprime no universo e na humanidade para a existência e possibilidade do bem e do bom. [1Coríntios 15.10; Filipenses 2.13,14; Colossenses 1.29]

1.5. A graça de Deus é o favor imerecido de Deus para com a humanidade. [Mateus 5.45; Efésios 2.8-10; Tiago 1.17,18; 2Pedro 1.3]

1.6. A graça de Deus é a ação e o trabalho de Deus em favor do universo e da humanidade. [Salmo 37.5; Isaías 64.4; Mateus 6.25-34; Filipenses 4.19; 1Pedro 5.7]

1.7. A graça de Deus é a oportunidade, chance, concessão, permissão, autorização que Deus concede à humanidade para que experimente sua bondade e participe de seus atos bondosos. [Isaías 55.6; 2Coríntios 8.1]

2 - As implicações da graça de Deus
2.1. A vida não se explica sem a graça de Deus: Deus tudo criou, tudo sustenta e a todos concede vida e fôlego para que existam, inclusive em rebeldia e de maneira contrária ao seu caráter Santo, Santo, Santo. O Deus cristão é o Deus de toda a graça. [Isaías 6.1-5; Atos 17.24,25; 1Pedro 5.10]

2.2. A graça de Deus está presente inclusive onde a igreja ainda não está e aonde o evangelho ainda não chegou. [Atos 10.31; 14.16,17]

2.3. O mundo, a humanidade e o futuro são viáveis pelo fato de estarem sob a graça de Deus. Vale a pena fazer o bem, vale a pena semear para a justiça e a paz, pois a mão de Deus está promovendo e agindo em cooperação para trazer à existência o que é bom.

Toda e qualquer experiência humana do amor; atos de justiça, compaixão, e solidariedade; expressão ética e estética; a arte e a cultura; a ciência, a tecnologia e o trabalho; as filosofias e sabedorias; a ordem, a estrutura inteligente e a coerência lógica da realidade física, orgânica e social; o prazer, a alegria e o contentamento; a superação, a possibilidade de começar de novo, e a inovação; a rebeldia contra a morte e tudo quanto a promove ou representa; as possibilidades utópicas em relação ao futuro; a fé, a esperança e a paz, se explicam pela graça de Deus.

A expressão máxima da graça de Deus é a presença de Jesus Cristo no mundo, e tudo quanto com ele irrompe como possibilidade para a criação e a humanidade como fruto de sua vida, morte e ressurreição. Jesus é cheio de graça e verdade [João 1.14].

Para pensar:
1. Alguém afirmou que a pregação da graça que não causa escândalo não é pregação da graça. Você concorda?
2. Quais os perigos embutidos na afirmação da graça de Deus?
3. Como podemos nos proteger dos perigos inerentes à afirmação da graça de Deus?
4. O que você pensa sobre a afirmação de que “a graça de Deus está presente inclusive onde a igreja ainda não está e aonde o evangelho ainda não chegou”?
5. Como esta compreensão da graça de Deus afeta sua vida?
© 2007 Ed René Kivitz
http://www.ibab.com.br/guias-de-estudo.html

sábado, 26 de março de 2011

CASO PERDIDO PARA DEUS NÃO EXISTE

Se quiser conhecer um pouco mais da história desta música e do seu autor, assista o filme JORNADA PELA LIBERDADE (altamente recomendado para quem busca significado na sua existência).

quinta-feira, 24 de março de 2011

A ALMA PRESA ENTRE A NEUROSE E A PARANÓIA por Caio Fábio

Não há nada mais horripilante para a alma do que ter que se fazer merecer aos olhos de Deus!

Também não há nada mais sedutor para alma que o poder fazer-se merecer aos olhos de Deus!

Aí está a alma: entre a Paranóia e a Neurose, em si mesma.

A queda nos plantou nesse chão psicológico da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Id e Superego — e “você” entre eles em conflito.

A Lei acentua ambas as “forças em conflito”, pois opera reforçando-as como tais.

Somente a Graça desmobiliza ambas dentro de nós, e isso na medida em que a pessoa se apossa, pela fé e com confiança, de Todo o Bem Já Realizado em nosso favor na Cruz e na Ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo.

Sem a Graça, não há terapêutica em nenhuma terapia. Haverá apenas análise, mas a cura só vem com a Graça que abraça e beija a verdade — e não despreza a alma após fazê-la conhecer-se.

Sem a Graça, quando a alma conhece a alma, isso gera psicose, mas jamais libertação. Verdade que liberta só é vista na Graça de Deus em Cristo!

Somente na Cruz minha autopercepção não neurotiza, pois na mesma medida em que eu me conheço, em igual medida conheço também o amor de Deus.

Ser honesto com a Queda é o caminho para ser honesto e franco com a verdade da Graça de Deus. Assim como abundou o pecado — seja como expressão visível, seja pela percepção interior —, assim também superabundou a Graça. Desse modo, em Cristo, o conhecimento do pecado pela Lei deveria nos remeter direto para a Lei da Graça.

Ora, isso só acontece se o coração não tiver justiças próprias. E não há como o coração ter desistido dos disfarces da justiça própria senão pela fé em que Deus é bom e haverá de aplicar sua Bondade sobre aquele que crê. Sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que dEle se aproxima creia que Ele existe e que se torna o galardoador de todo aquele que O busca.

Essa fé só opera como confiança na Graça de Deus.


Caio
Escrito em novembro de 2003

http://www.caiofabio.net/conteudo.asp?codigo=02093

sábado, 5 de março de 2011

A MARAVILHOSA GRAÇA E A SÉTIMA ARTE*

"Alguém vai dizer: Eu posso fazer tudo o que quero. Pode, sim, mas nem tudo é bom para você. Eu poderia dizer: Posso fazer qualquer coisa. Mas não vou deixar que nada me domine... outros dizem assim: Podemos fazer tudo o que queremos. Sim, mas nem tudo é bom. Nem tudo traz beneficio, pelo contrário..." Tradução livre de I Coríntios 6.12 e 10.23

É difícil dizer quando alguma deixa de ser boa, mesmo que por princípio a coisa em si seja inofensiva, incapaz de causar dano ou mal. A linha pode ser muito tênue entre uma coisa e outra, para alguns pode ser questão apenas de ponto de vista ou de interpretação. Virtude ou vício? Bom ou ruim? Benéfico ou maléfico?

Estou num dilema destes. Tenho tido uma prática que até algumas anos atrás era motivo de disciplina, e até de afastamento da comunidade religiosa, quando o sujeito era flagrado nela. Tinha gente que se achava escolhida por Deus para vigiar os irmãos e coibí-la. Pode ser só neura minha, mas vou confessar a você e depois você me dá a sua opinião e conselho.

Ultimamente esta prática tem sido cada vez mais constante, as vezes todos os dias da semana, inclusive o dia santo. A minha dificuldade é lembrar o dia que passei sem exercitá-la, esta semana foi no domingo e na terça, dia de Ceia e de reunião do grupo pequeno. Relendo o que escrevi até aqui, e sabendo que este texto foi esboçado a quase dois meses, estou me dando conta da gravidade da situação.

Fazendo uma avaliação honesta posso dizer que isso virou um hábito, me dei conta que estou virando um cinéfilo. Não passo um dia ser olhar os lançamentos, os horários de exibição, quando passo na frente de minha locadora e estou sem condições de parar, observo os posteres para saber as novidades, até o carrinho de DVD caolho (pirata) está chamando a minha atenção.

Esta semana quase perco a aula de Teologia Prática, a única que estou cursando e a que me falta para conclusão do curso, e olhe que não tenho direito a mais nenhuma falta. Tudo aconteceu porque uma reunião na igreja foi cancelada, então resolvi olhar na programação o filme que poderia ser encaixado, O Homem de Ferro estava lá me esperando pela segunda vez.

Eu ainda não sei onde o Homem de Ferro vai me ajudar com a teologia, mas talvez dê para relacioná-lo com a Carta de Paulo aos Efésios 6.10-18. Vou te dar uma lista do que assisti em uma semana para se ter uma ideia do estou falando, e que tipo de filme chama minha atenção, nesta lista com certeza está faltando algum que não veio a memória.

Vistos:

House - SKY
Homem de ferro 2 - Cinema
Alice no país das maravilhas - Cinema
Os fantasmas de Scrooge - DVD
Garota fantástica - DVD
Defendor - DVD
House - SKY

Para serem vistos:

Mãos Talentosas, Percy Jackson, Criação, Bons Costumes...

Tudo que foi dito acima foi uma introdução e uma espécie de gabarito/currículo para dizer o seguinte: quero lhe indicar três filmes que impactaram a minha vida, e que têm muito em comum. Eu os chamo de a triologia do Bem contra a injustiça - JORNADA PELA LIBERDADE, O GRANDE DEBATE & INVICTUS.

1- Todos invocam a Graça de Deus e estão encharcados por Ela, isso sem serem necessariamente filmes religiosos feitos por religiosos (é uma Graça invisível, mas não imperceptível, assim como Deus é);

2- todos tratam da questão da injustiça sendo confrontada por aqueles que não deixaram de crer e de lutar até o fim, mesmo quando tudo dizia que era impossível;

3- um tem haver com outro no sentido da história linear, como são filmes baseados em fatos históricos, tudo começa com William Wilbeforce lutando contra a escravidão num país que tinha sua economia altamente dependente deste sistema e termina com Mandela reconstruindo uma nação com o poder do perdão, o único que acaba com o ciclo maldito da injustiça.

Você aceita um desafio?

Assista na sequência estes três filmes, se você não for impactado pela coragem, fé, e ousadia, nos momentos em que a aflição, o sofrimento, a humilhação e a dor são cruciantes e parecem insuportáveis, e ver que aparentemente do nada há um poder que os levanta da prostração e os fazem triunfar. Se você assistí-los e não lhe fizer bem, nem renovar uma ponta de Esperança na sua existência, pode mandar a conta...

BM
*Postado em Âncora da Alma em abril de 2010 - http://www.ancoradalma.blogspot.com/


JORNADA PELA LIBERDADE - A surpreendente, extraordinária, e maravilhosa Graça na vida de um homem comum




O GRANDE DESAFIO - O debate do século



INVICTUS - O poder do Perdão



No mesmo tom:

http://ancoradalma.blogspot.com/2010/02/invictus-o-poder-do-perdao.html

A Teologia de Avatar

Osmar ludovico - Cinema, um olhar crítico



Novas indicações de filmes com Graça:

Mãos talentosas - com Cuba Good Junior

Jornada Pela Justiça - The Wronged Man

sábado, 19 de fevereiro de 2011

GRAÇA por Ricardo Gondim

Ainda há pouco, ao reler o admirável Sermão do Monte, percebi como a graça esteve presente nos princípios expostos por Jesus. Mesmo reconhecendo que a graça foi exaustivamente estudada e definida pela teologia, é preciso redescobri-la nos lábios do Nazareno. Os favores imerecidos de Deus não podem ficar circunscritos às codificações teológicas. Naquele relvado, na encosta de um morro qualquer, Cristo falou de assuntos diversos, mas não se esqueceu de explicitar que Deus se relaciona com seus filhos diferente de todas as divindades conhecidas. Após séculos de argumentação sobre os significados da graça, os cristãos precisam despertar para ao fato de que ela é o chão da espiritualidade cristã.

Um neopaganismo levedou a fé de tal forma que muitos transformaram a oração em uma simples fórmula para canalizar e receber os favores divinos. Para obter resposta às petições, implora-se, pena-se, insiste-se, no aguardo de que Deus escute. Quando não se recebe, justifica-se assumindo culpas irreais, como falta de disciplina. Acha-se que é necessário continuar implorando para Deus se sensibilizar. Mede-se a espiritualidade pelo número de respostas aos seus pedidos e, quando malsucedidos, castiga-se por não merecer. A própria linguagem denuncia romeiros católicos evangélicos, que lotam os espaços religiosos: é preciso “alcançar uma graça”.

Graça liberta do imperativo de dar certo. O Sermão da Montanha começa felicitando pobres em espírito, chorosos, mansos e perseguidos. Os triunfantes não podem se gloriar de serem mais privilegiados do que os malogrados. Graça revela um Deus teimosamente insistindo em permanecer do lado de quem não conseguiu triunfar; até porque a companhia de Deus não significa automática reversão das adversidades.

Graça permite o autoexame, a análise das motivações mais secretas da alma, sem medo. Na série de afirmações sobre ódio, adultério, divórcio e vingança, Cristo deixou claro que ninguém pode se vangloriar quando desce às profundezas do coração. No nível das intenções, todos são carentes. O olhar sutil indica adultério. O ódio despistado revela homicidas em potencial. A vingança disfarçada contamina as ações superficiais. Lá onde brotam as fontes das decisões, tudo é confuso; vícios e virtudes se confundem. Somente com a certeza de que não haverá rejeição é possível confrontar os intentos do coração para ser íntegro.

Graça convida a amar. Jesus afirmou que Deus “faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos”. Para revelar sua bondade, Deus não precisou ser convencido a querer bem. Deus não faz acepção de pessoas; o seu amor não está condicionado a méritos. Quando as pessoas são inspiradas por gratidão, reconhecimento e admiração por tão grande amor, se sentem impulsionadas a imitá-lo. Deus surpreende por dispensar bondade sem contrapartida de virtude. Assim, na improbabilidade de os seres humanos se mostrarem graciosos, os discípulos devem almejar a única virtude que pode torná-los perfeitos como Deus - o amor.

Graça é convicção de que o acesso a Deus não depende de competência. Quem acredita que será aceito pelo tom de voz piedoso ou pela insistência em repetir preces nega a paternidade divina. Antes de pedirmos qualquer coisa, Deus já estava voltado para nós. Os exercícios espirituais não precisam ser dominados como uma técnica, mas desenvolvidos como uma intimidade. O secreto do quarto fechado representa um convite à solitude, à tranquilidade que não acontece com sofreguidão.

Graça libera energia espiritual que pode ser dirigida ao próximo. Buscar o reino de Deus e sua justiça só é possível porque não é preciso preocupar-se com o que comer e vestir e por jamais ter de bater na porta do sagrado para conquistar benefícios particulares. Basta atentar para os lírios do campo e pardais para perceber que as ambições devem escapar à mesquinhez de passar a vida administrando o dia-a-dia.

Graça devolve leveza para que os filhos de Deus sintam-se à vontade em sua presença, como meninos na casa dos avós. Graça libera as pessoas para se tornarem amigas de Deus, em vez de vê-lo como um adestrador inclemente. Graça não permite delírios narcisistas. Nenhuma soberba se sustenta diante da percepção de que Deus aposta na humanidade e ainda se convida a cear entre amigos.

Graça distensiona o culto porque avisa: tudo o que precisava acontecer para reconciliar a humanidade com Deus foi concluído: “Consumatum est”. Portanto, enquanto a graça não for redescoberta de fato como a mais preciosa verdade da fé, as pessoas podem até afirmar que foram livres, mas continuarão presas à lógica religiosa das compensações. Devedores, jamais entenderão que o reino de Deus é alegria.
A graça liquida com pendências legais. Não restam alegações a serem lançadas em rosto: “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus?”

A religiosidade legalista insiste que é perigoso falar excessivamente sobre a graça. Anteparos seriam então necessários para proteger as pessoas da liberdade que a graça gera.
Mas o amor que tudo crê, tudo espera e tudo suporta não aceita outro tipo de relacionamento senão abrindo espaço para que haja amadurecimento. Deus ama assim, e o Sermão da Montanha não deixa dúvidas de que todo discurso sobre o reino de Deus deve começar com graça.

“Soli Deo Gloria”.

• Ricardo Gondim é pastor da Assembleia de Deus Betesda no Brasil e mora em São Paulo. É autor de, entre outros

http://www.ultimato.com.br/?pg=revista&num_edicao=324

...
No mesmo tom:
http://ancoradalma.blogspot.com/2010/02/perfeita-imperfeicao-da-igreja.html

sábado, 5 de fevereiro de 2011

GRAÇA NA VEIA

No ano de 2004, um ano tenebroso para mim, quando estava cursando o seminário batista (STBNB), cheguei 30 minutos atrasado numas das poucas aulas que fui no primeiro semestre, talvez tenha sido a última porque tranquei o curso e só retornei em 2005. Foi uma aula de Psicologia em que a professora convidou o Pr. Társis Wallace, um ex-aluno da casa, para ministrar.

Não sei por quanto tempo mais a aula durou, mas quando cheguei me lembro que o pastor estava contando suas experiências ministeriais, inclusive os aconselhamentos, foi quando ele começou a falar sobre a Graça... não a Igreja batista da graça em Salvador, a qual ele foi pastor, mas sobre a maravilhosa e imensurável Graça de Deus.

As suas palavras exatas eu não me lembro, mas ficou registrado na minha mente e coração algo que ele disse sobre ser um projeto de vida extraordinário se abrir à Graça de Deus, se tornar vulnerável, re-conhecendo-a em qualquer situação. Viver na perspectiva da Graça é algo que um vida somente é muito pouca para se experimentar da Sua plenitude (será por isso que Jesus nos outorga um(a) vida eterna?).

Naquele difícil ano foi um bálsamo estar ali presente, eu sinceramente não sei o que seria da minha vida se Deus não me tivesse dado esta graça de ouvir aquela aula em que a Graça dEle esteve tão presente. Pouco tempo depois, na UTI dos cuidados celestiais, Jesus me fez saber que "a sua Graça é melhor que a vida". Desesperado, cansado de lutar e sem forças recebi na veia da Sua Graça.

E hoje mais do que nunca sou uma testemunha de que a Graça de Deus é quem me sustenta, Ela me basta. Ainda que eu ande por outros vales da sombra da morte e mesmo que a morte seja uma saída desejável, eu SEI que isto ainda é Graça. Meu projeto de vida é estar aberto ao Deus-Pai amoroso, ao Seu Filho Jesus Cristo gracioso e ao Espírito Santo consolador - fonte de toda Graça.

BM